Ela é carinhosamente apelidada de "Lampions League", um trocadilho de
"Lampião" (figura histórica conhecida como rei do cangaço e do sertão
nordestino) com o principal torneio de clubes do mundo, a "Champions
League". Disputada pela segunda vez consecutiva neste novo formato, a
Copa do Nordeste começa nesta sexta-feira com duas novidades. A primeira
são todos os quatro palcos da Copa na região - a estreante Arena das
Dunas, além de Fonte Nova, Pernambuco e Castelão. Por outro lado, alguns
estádios bem menos confortáveis também receberão algumas das 38
partidas da competição. O que acaba sendo um retrato da região, que
oscila entre o desenvolvimento dos grandes centros com as cidades do
interior, mais carentes de recursos.
A outra novidade da "Lampions" é que, a partir de agora, ela passa a valer uma vaga na Copa Sul-Americana deste mesmo
ano. O que para muitos dos 16 clubes participantes pode significar estreia em competições
internacionais. Mas isso só acontecerá se o campeão não se classificar às oitavas da Copa do Brasil.
Como
as vagas na Copa do Nordeste ficam com os melhores colocados nos
estaduais do ano anterior, curiosamente campeão e vice-campeão de 2013
estão fora desta edição: Campinense e ASA foram mal no Paraibano e no
Alagoano, respectivamente. O que mostra que priorizar uma competição em
detrimento da outra pode ser um mau negócio.
A Rede Globo transmite jogos da Copa do Nordeste ao vivo para os estados de Bahia, Ceará e Pernambuco.
Comparando com os estaduais disputados no ano passado, a "Lampions
League" foi um sucesso de público, mesmo sem ainda contar com todas as
arenas da Copa. Com média de público de 8.443 pagantes por jogo, teve
quase 2 mil a mais que o Campeonato Mineiro, melhor média de 2013 entre
os regionais (6.451 por partidas). As quatro maiores plateias foram de
jogos no Castelão, que tem capacidade para 63.903 torcedores. O maior
deles contou com 52.207, em Ceará 0 x 1 ASA, jogo de volta da semifinal.
Ao todo, seis jogos contaram com mais de 20 mil pagantes - os outros
dois foram no Arruda, estádio do Santa Cruz. A decisão que deu o título
ao Campinense foi a sétima partida mais cheia, e contou com 19.650
pessoas no Amigão.
Com estes números, é de se esperar que a presença da Arena Pernambuco (46 mil torcedores) e
da Fonte Nova (50 mil), com três jogos cada na primeira fase, elevem a
média de público. E no dia 26 de janeiro, se nada atrasar, a Arena das
Dunas (32 mil lugares antes da Copa) será inaugurada com uma rodada dupla: ABC x Alecrim, pelo
Potiguar, e América-RN x Confiança, pela Copa do Nordeste. O Dragão
manda apenas um jogo no Nazarenão (5.200), em Goianinha.
Mas nem só de arena viverá a competição. Além dos já tradicionais
palcos da região - Ilha do Retiro, com capacidade de 32 mil, e do
alagoano Rei Pelé (17 mil) -, alguns pequenos estádios também serão
cenário do torneio. O Vitória só fará o primeiro jogo em casa no
Barradão (35 mil), que logo
depois entra em obras: o Pituaçu (32 mil) reaparecerá, agora recebendo o
Leão. Sem contar com o Arruda (60 mil) nos três primeiros jogos por
cumprir punição devido a uma briga entre torcedores, o Santa terá que
usar o estádio Luiz Lacerda, em Caruaru, com capacidade para pouco mais
de 19 mil torcedores.
Mesmo o Rei Pelé ou o Lacerdão parecem
gigantes perto do Gerson Amaral, em Coruripe (AL), onde o CRB cumprirá
punição semelhante aos pernambucanos mandando três jogos no estádio com
capacidade para 7 mil pessoas.
Os times sergipanos sofrem com
a reforma do Batistão, em Aracaju. O Confiança vai mandar seus jogos em
Carmópolis, no estádio Fernando França, que recebe no máximo 5 mil
torcedores. Apenas os dois clássicos sergipanos serão em Itabaiana, no
Presidente Médici (11 mil pessoas). Na Paraíba, o Almeidão (com
capacidade reduzida para 8.600, por causa de obras), em João Pessoa,
será usado pelo Botafogo-PB; e o Treze optou por usar o caldeirão
Presidente Vargas (6.800), já que o Amigão também passa por melhorias.
Três
outras equipes de fora das capitais tentam se aproveitar de suas casas
para brilhar na competição. O cearense Guarany de Sobral manda partidas
no seu estádio do Junco (8.500); o Potiguar de Mossoró usa o Nogueirão
(3.500); e o baiano Vitória da Conquista jogará no Lomanto Júnior (12
mil).
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