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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Caça-Rato: dono de apelido de sorte e história de superação após tiros

Flávio Augusto do Nascimento talvez fosse só mais um jogador de futebol se não fosse o apelido e a estrela em jogos decisivos. Mas o Caça-Rato, herói do acesso do Santa Cruz à Série B, leva consigo mais do que a idolatria da torcida coral e a irreverência. Por trás do folclore, há um ser humano que por muito pouco não estaria vivo para curtir o êxtase de ouvir 60 mil gritando seu nome no Arruda, graças a um gol de cabeça que nem ele viu direito.
- Não cheguei nem a ver a bola entrar. Só ouvi todo mundo gritando e aí saí correndo igual a um louco. Passou muita coisa na cabeça, um filme. A ficha ainda não caiu .
O "longametragem" ao qual Caça-Rato se referiu teve início na periferia de Recife, em 1986, e passou um bom tempo contando o ano de 2010, quando o jogador que tinha deixado recentemente o América-RN levou dois tiros - um na perna e outro nas costas - durante uma festa.
- Pensei nisso depois do gol, por tudo o que passei. Aquela situação foi muito difícil, ainda mais porque minha esposa estava grávida. Foi durante uma festa, um rapaz me viu com um cordão, ele queria pegar e aí aconteceu uma discussão. Mas consegui passar por isso - complementou o jogador.
Mas nem só de tristeza vive Caça-Rato. Muito pelo contrário. O irreverente e brincalhão atacante tem uma relação de carinho com o apelido inusitado. Mas, afinal, de onde veio esse nome?
- Veio da época da base do Sport. Tinha 13 anos e tinha medo de jogar com os caras mais velhos, porque eles me batiam muito. Então eu ficava na beira do campo caçando rato. Aí pegou.
E o curioso é que o apelido de tanto sucesso no Santa Cruz teve resistência da diretoria. Mas o nome Flávio Recife, escolhido como substituto, não pegou.
- Quando eu cheguei, o presidente chegou para mim e disse que tinha que mudar, porque o Caça-Rato pegava mal. Mas no primeiro jogo fiz um gol e aí foi ficando. Acho que, independente do nome, o importante é mostrar trabalho dentro de campo. Não tenho do que reclamar desse apelido (risos) - relata o jogador, que também é alvo de brincadeiras da torcida por ter as mesmas iniciais de Cristiano Ronaldo:
- Achei legal essa de ser o CR7. Pô, o cara é meu ídolo. Chegar perto dele só no nome está bom demais!
Flávio Caça-Rato vive seu melhor ano na carreira e agora está colhendo os louros do trabalho.
- Tive dois momentos especiais neste ano. Pude fazer o gol do acesso e do título pernambucano. O engraçado é que até comemorar os dois fiquei muito nervoso, porque, no Estadual, fui expulso logo depois do gol. Contra o Betim, o time levou o empate logo depois de eu entrar. Mas agora está tudo muito bom. Estou até agora comemorando com a família. Vou para buffet e nem estou precisando pagar - brinca ele, já traçando planos para o futuro:
- Tenho que continuar trabalhando. Já fui a muito jogo do Santa quando era criança e hoje eu tenho a oportunidade de jogar aqui. Para jogar no Santa, tem que ter coração. Sempre quis ajudar e por isso está dando certo.

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