O Santos já aceita negociar Neymar antes do fim do contrato do
atacante, em julho do ano de 2014. Prova disso é que na última semana o
vice-presidente do clube, Odílio Rodrigues, viajou à Espanha e se reuniu
com dirigentes de Real Madrid e Barcelona para ouvir as duas propostas
pelo craque.
O dirigente já retornou ao Brasil e as ofertas agora serão analisadas pelo Comitê de Gestão em reunião na próxima quarta-feira.
A
cúpula alvinegra vive um dilema sobre negociar ou não o craque. Se
vendê-lo agora, teria de repassar 40% à DIS, dona de parcela dos
direitos econômicos do jogador, além de 5% à Teisa (Terceira Estrela
Investimentos, grupo de empresários ligados ao clube). Assim, a saída do
camisa 11 só valeria a pena em caso de alta compensação financeira, o
que dificilmente deve acontecer, já que o contrato de Neymar está
próximo do fim e ele poderá assinar com qualquer equipe já em janeiro de
2014.
A multa rescisória do atacante é de 65 milhões de euros
(cerca de R$ 170,4 milhões). Dessa forma, a parte que o Peixe tem
direito (55%) equivale a aproximadamente R$ 93,5 milhões. Os cartolas do
clube, porém, não acreditam que algum clube queira pagar isso agora.
–
A gente queria que mais clubes entrassem na disputa, inflacionando o
preço dele – revelou uma pessoa ligada à diretoria santista, que pediu
para não ser identificada.
Curiosamente, o Comitê de Gestão
analisa a possibilidade de vender Neymar sem saber se o atacante tem ou
não qualquer tipo de acerto com o Barcelona, como divulga a imprensa
espanhola. A diretoria também não tem certeza se o jogador e seu pai
aceitariam a transferência para a Europa agora. Afinal, se esperarem até
a Copa do Mundo, eles ficarão com 100% dos diretos econômicos e livres
para negociarem com o clube que quiserem.
É consenso entre os
dirigentes que a Joia não irá renovar com o Santos após 2014. Por isso o
Comitê tem pressa para definir o que fará na próxima janela de
transferências, em julho, última chance de lucrar com a saída do
atacante.
Venda de Ganso é usada como exemplo
A
ida de Paulo Henrique Ganso para o São Paulo é lembrada por dirigentes
do Santos ao comentarem a possível venda de Neymar. Eles recordam que o
jogador foi vendido ao rival por cerca de R$ 24 milhões e boa parte do
valor (R$ 16,4 milhões) foi usado para contratar o meia cruzeirense
Montillo, que não rendeu o esperado até agora.
O medo é que o
Peixe não consiga repor a saída da Joia à altura. Até a possibilidade de
rebaixamento é temida pela cúpula alvinegra.
O clube argumenta
também que, sem o atacante, terá mais dificuldade para conseguir
patrocínios e perderá poder de barganha nas negociações de direitos de
TV.
Tudo isso será levado em conta ao analisarem as propostas
pelo camisa 11. Vale lembrar que a maioria dos membros do Comitê de
Gestão do Peixe atua ou já trabalhou no mercado financeiro, inclusive o
presidente Luis Alvaro Ribeiro.
À boca pequena: Tô nem aí
A
diretoria santista não se importa com possíveis protestos em caso de
venda de Neymar. Os cartolas entendem que se negociarem o craque agora
serão cobrados por não cumprirem a promessa de mantê-lo até 2014. Se
não, vão ser criticados por perderem o jogador de graça.
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