“Olha o que ele fez, olha o que ele fez...” Quem não se lembra do
primeiro gol de Ronaldinho pela seleção brasileira? A narração de Galvão
Bueno eternizou o chapéu em Rey e a obra de arte pintada e assinada no
Paraguai, durante a Copa América de 1999. Paraguai... O país está mesmo
no curso do Gaúcho. Foi lá, na goleada por 7 a 0 sobre a Venezuela, no
Estádio Tres Febrero, em Ciudad del Leste, que ele começou a brilhar no
continente, há 14 anos, e deu o primeiro passo para conquistar o mundo -
na final de 99, o Brasil foi campeão em cima do Uruguai. É lá também
que ele pode reconquistar definitivamente seu prestígio, agora com as
cores alvinegras do Atlético-MG.
Nesta quarta-feira, todos os olhares, suspiros e pensamentos positivos
da Massa estarão em Assunção, onde o Galo começa a decidir a Taça
Libertadores contra o Olimpia, às 21h50 (de Brasília), num lotado
estádio Defensores del Chaco - todos os 32 mil ingressos para a partida
foram vendidos. E mesmo com o momento iluminado de Victor, Jô, Diego
Tardelli e companhia, reside no camisa 10 a maior esperança da torcida
na conquista inédita.
Ronaldinho era um menino de 19 anos lançado por Vanderlei Luxemburgo
quando entrou numa Seleção de astros, campeã, e mostrou que chegaria
para ficar. Em Ciudad del Este, com poucos minutos em campo, roubou a
cena. Agora é um veterano de 33, com prêmios e títulos no currículo. Mas
só no Galo, depois de muito tempo, recuperou o sorriso que marcou seu
início e o auge no Barcelona.
Em Assunção, ele é o centro das atenções. No aeroporto, curiosos se
frustraram com a saída da delegação pela pista. Queriam ver Ronaldinho.
Na chegada ao hotel, com uma touca na cabeça, foi facilmente
identificado e ovacionado, mesmo que por pouca gente.
E os jornalistas só querem saber dele. Um repórter perguntou ao
assessor de imprensa do Atlético se o craque daria entrevistas. Ao
receber resposta negativa, matreiro, confessou.
- É que eu queria tirar uma foto com ele...
Preterido por Luiz Felipe Scolari por mau futebol e mau comportamento
na Seleção, o craque sabe que sua única chance de disputar a Copa do
Mundo de 2014 é virar um jogo praticamente perdido. Em 1999, ele brilhou
no Paraguai e ganhou espaço para ser pentacampeão em 2002.
Agora, há pouco tempo, menos de um ano para o Mundial. Mas Ronaldinho
sabe que, para manter o sonho aceso, precisa reconquistar a América e
fazer da torcida atleticana a mais feliz de todas.
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