A CBF já acertou com um novo técnico para a Seleção, mas não tem mais
um diretor de Seleções: Andrés Sanches deixou nesta quarta o cargo, que
acabou extinto pelo presidente José Maria Marin, e Luiz Felipe Scolari é
o substituto de Mano Menezes. O anúncio oficial de Felipão, campeão
mundial em 2002 com o Brasil, será feito na quinta.
Andrés pediu demissão do cargo de diretor de Seleções através de uma carta. Em São Paulo, Marin disse que a posição está extinta para a volta da função de coordenador,
exercida nas Copas do Mundo de 1994 e 2006 por Zagallo, de 1998 por
Zico e de 2002 por Antonio Lopes. Tetra nos Estados Unidos, Carlos
Alberto Parreira é o mais cotado para assumir a tarefa de trabalhar na
nova função.
Em seguida, Marin afirmou que o nome do novo técnico será revelado
oficialmente na quinta, a tempo de participar do sorteio da Copa das
Confederações, sábado. Felipão, que deixou o Palmeiras em setembro, se
reuniu com Marin no último final de semana e está com a família em Passo
Fundo, no Rio Grande do Sul, mas deve desembarcar em São Paulo ainda
nesta quarta para finalizar os últimos detalhes do contrato com a CBF.
Na última sexta, dia da demissão de Mano Menezes, uma fonte ouvida pelo
GLOBOESPORTE.COM afirmou que Américo Faria, supervisor da Seleção até o
Mundial de 2010, também voltaria com Felipão.
- Vai voltar o bigode. E o outro bigode - disse a fonte, fazendo
relação com os bigodes de Américo e Felipão, que trabalharam juntos na
campanha do penta em 2002.
Nos últimos dias, os nomes de Tite e Muricy Ramalho, inicialmente
cotados, nem foram mais comentados nos bastidores da entidade, que se
uniu em torno de Felipão, principalmente com o enfraquecimento de Andrés
Sanches, que era contra o nome do treinador e entregou sua carta de
demissão na manhã desta quarta. Durante esta semana, houve um encontro
entre dirigentes da CBF e o provável novo comandante, que tem,
principalmente, o respaldo do presidente da Federação Paulista de
Futebol, Marco Polo Del Nero.
Felipão deverá escolher seus auxiliares e um dos nomes indicados por
Marin é Milton Cruz, observador-técnico do São Paulo há 18 anos. O
presidente deseja um homem que faça o intercâmbio entre o vestiário e a
diretoria, e já havia sugerido Milton anteriormente, só que Mano não
tinha um relacionamento dos melhores com o auxiliar. Luiz Felipe Scolari
não deverá fazer oposição à escolha.
Um assunto a ser resolvido ainda por Marin e Felipão é um problema de
relacionamento do gaúcho com a diretoria de comunicações da CBF. Felipão
gostaria de trabalhar com outros profissionais.
Marin resolveu apressar o anúncio do novo técnico para que ele esteja
presente nos eventos da Fifa, esta semana, que vão culminar no sorteio
dos grupos da Copa das Confederações, no sábado. Será a primeira
competição do sucessor no comando da Seleção e, até lá, ele deverá ter
apenas cinco partidas no comando da equipe.
Ao trocar o nome de “diretor de seleções” para “coordenador da
seleção”, um dos intuitos de Marin é poder tirar um dirigente do cargo,
no caso, Andrés, e substitui-lo por um técnico, que deverá mesmo ser
Carlos Alberto Parreira. Tetracampeão do mundo em 94, ele também mantém
contatos com a CBF há algum tempo.
Situação de Andrés ficou ruim após críticas à decisão de Marin
Andrés ficou contrariado com a demissão de Mano Menezes, na última
sexta, e avisou que deixaria o cargo no início da semana. Mas alguns
notáveis - em especial Ronaldo - tentaram convencê-lo a permanecer. Após
declarações no Soccerex, segunda - quando disse que a "tendência era
sair" e criticou a decisão da CBF em mudar de treinador -, a situação
ficou insustentável. Marin disse a interlocutores:
- Depois dessa entrevista… para mim o Andrés já saiu.
Na terça, o ex-presidente do Corinthians adotou um tom mais ameno - e
disse que pretendia até participar do sorteio da Copa das Confederações,
como representante da CBF. Mas, na manhã desta quarta-feira, entregou
sua carta de demissão - deixando a entidade a menos de dois anos da Copa
do Mundo.
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