A tecnologia, enfim, será usada no futebol. Os primeiros testes serão
feitos no Mundial de Clubes, que acontece no Japão, em dezembro, com a
participação do Corinthians. Em julho, a International Board aprovou por
unanimidade o uso do chip nas bolas para confirmação dos gols. Durante a
Soccerex, no Rio de Janeiro, a Fifa apresentou as duas tecnologias que
serão testadas na competição.
Das 11 empresas que apresentaram seus sistemas, apenas duas foram
aprovadas. Em ambos os casos, dispositivos emitirão um alerta
instantâneo aos árbitros assim que a bola ultrapassar a linha do gol.
- Os dois sistemas serão testados no Mundial de Clubes da Fifa. A
tecnologia aprovada, se não houver erros, será usado na Copa das
Confederações de 2013 e Copa do Mundo de 2014 – disse o secretaio-geral
da Fifa, Jérôme Valcke.
As duas empresas apresentaram suas tecnologias na Soceerex. Apesar de o
objetivo ser o mesmo, os meios são diferentes. No caso da alemã
Fraunhofer, um campo magnético será criado após a linha do gol.
- Esse campo magnético capta quando a bola ultrapassa a linha do gol e,
em frações de segundo, emite um alerta para um relógio, que será usado
pelos árbitros – explicou o representante da Fraunhofer, Thomas
Pellkufer.
Já a tecnologia inglesa aposta nas câmeras. Sete delas serão instaladas
nas traves. Em caso de dúvida se a bola ultrapassou a linha do gol, as
imagens de cada uma das câmeras serão processadas e formarão uma imagem
em 3D.
- Até mesmo se a posição do goleiro encobrir a bola, o sistema é capaz
de detectar se ela ultrapassou a linha do gol, já que conseguimos
retirar a imagem do goleiro. Tudo isso em mais ou menos um segundo,
quando o árbitro receberá o alerta do gol, se for o caso. Nunca houve
uma simulação em que não conseguimos encontrar a bola. Quem tem que
decidir o jogo são os jogadores, e nunca os árbitros – explicou o Paul
Hawking, da empresa Kawk-Eye.
A decisão do uso do chip em bolas não torna a ação obrigatória, e as
confederações nacionais estão livres para colocarem em prática ou não a
nova regra. Jérôme Valcke, porém, disse que a Fifa deixará a tecnologia
como legado para o Brasil nos 12 estádios da Copa de 2014.
Presente a um debate na Soccerex sobre o uso da tecnologia no futebol, o
ex-goleiro Víctor Baía, da seleção de Portugal, defendou os sistemas
que comprovam se a bola ultrapassou ou não a linha do gol e cutucou Fifa
e Uefa pela demora nos testes com tecnologia.
- Uefa e Fifa são grandes organizações, mas estão muito atrasadas em
relação a tecnologia. Ela não vai tirar a emoção do esporte. Dará mais
credibilidade e honestidade nas decisões. Perde-se muito tempo de jogos
discutindo arbitragem.
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