A final da Copa das Confederações promete deixar muita gente rica.
Que o digam os donos de sites não autorizados para a revenda de
ingressos. Eles negociam bilhetes para o jogo entre Brasil e Espanha por
um preço até 20 vezes acima do oficial da Fifa.
Todos os 79.052
ingressos para a decisão no Maracanã já foram vendidos, mas é fácil
encontrar ofertas no mercado ilegal. Os cambistas virtuais
disponibilizam entradas para os três principais grupos.
Mas por um preço...
Um bilhete para a categoria 1, a mais cara para o público geral, custava
R$ 418 no portal oficial da Fifa, o vendedor “exclusivo”. Já nos
ilegais, chega-se a cobrar até R$ 8.517,29. Em média, “apenas” R$
4.203,84 (veja melhor abaixo). Por outro lado, essas páginas não
ofereceram tickets do grupo mais barato, o 4. Além disso, há um site que
comercializa entradas para a área Vip Hospitalidade (um pacote
especial), por R$ 16.806,66.Em Brasília, três pessoas preencheram boletim de ocorrência contra a
Fifa, porque não haviam conseguido retirar os ingressos para jogos da
Copa das Confederações. Porém, esses bilhetes haviam sido comprados nos
sites ilegais. Preocupada, a entidade se informou sobre os casos e
descobriu o erro. Ela tem procurado cooperar com as autoridades
brasileiras neste tema, segue o estabelecido pelo Estatuto do Torcedor e
proíbe a revenda em determinadas circunstâncias.
Brecha com clientes facilita o cambismo
Existe
uma brecha nos termos gerais e condições de compra e revenda dos
ingressos da Copa das Confederações que pode explicar a fartura dos
sites não autorizados.
De
todos os 829.286 ingressos adquiríveis para a competição, 351.845 (algo
perto de 42%) são destinados para o que a entidade chama de “clientes”.
Neste grupo estão incluídas federações, confederações, patrocinadores,
entre outros. Porém, a Fifa não é clara sobre os processos desta parcela
para compra e, principalmente, doação e revenda dos ingressos. Com
isso, há margem para que algum destes clientes da entidade trabalhe com
os sites ilegais.
E isto não seria novidade nos grandes eventos
esportivos. Os Jogos Olímpicos de Londres, no ano passado, ficaram
marcados por escândalos do tipo. Ingressos destinados a comitês
olímpicos nacionais pararam nas mãos de cambistas. Patrick Hickey,
membro do Comitê Executivo do COI, teria pego bilhetes da entidade e os
repassado a uma empresa para serem revendidos por fortunas.
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