Na briga entre o Mané Garrincha e o Maracanã pelo incômodo status de
estádio mais caro da Copa das Confederações, Brasília acabou na frente.
Nesta sexta-feira, o Tribunal de Contas do Distrito Federal divulgou que
as obras de reforma, ampliação e do entorno do Mané (que só foi usado
na estreia, semana passada) saíram por R$ 1,778 bilhão, o que faz o
estádio ficar cerca de 50% mais caro que o Maracanã, atualmente orçado
em R$ 1,2 bilhão.
A esse valor, muito superior aos dados oficiais
da inauguração, há quase dois meses, o estádio de Brasília supera não só
o Maracanã como o caríssimo estádio Olímpico de Londres (R$ 1,55
bilhão), feito para os Jogos de 2012, como o segundo do planeta que mais
consumiu verbas públicas. Apenas o Yankee Stadium, da equipe de
beisebol New York Yankees, foi mais pesado para um governo (no caso, a
Prefeitura de Nova York): R$ 2,4 bilhões em financiamentos com isenção
fiscal.
No documento revelado pelo TC-DF, consta que o orçamento
inicial da obra estava em R$ 696 milhões, em 2010, e que acabou
duplicado para R$ 1,4 bilhão até a inauguração — inclusive com a adição
de serviços que não constavam no projeto inicial. Apenas a cobertura
custou R$ 209 milhões aos cofres públicos e, de acordo com o Tribunal de
Contas, a fiscalização sobre a construção economizou R$ 106 milhões em
despesas irregulares, como a compra de serviços repetidos e o
desperdício de materiais adquiridos.
De acordo com o Ministério do
Esporte, os gastos gerais para receber a Copa do Mundo já estão em R$
28 bilhões, um aumento de cerca de 10% em relação aos R$ 25,5 bilhões
projetados pelo governo em abril. Já na planilha de gastos da
Controladoria Geral da União (CGU), o orçamento com o evento está em R$
26,6 bilhões. O governo federal prevê gastar até R$ 33 bilhões na Copa.
—
Não há contradição entre os investimentos sociais e os investimentos
que estamos fazendo para a Copa do Mundo. É muito mais fácil negociar
recursos para ciência, tecnologia e educação com a Copa — justificou o
secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, esta
semana. — Não há disseminada oposição à Copa do Mundo. Há setores
desinformados sobre a Copa. A Copa é uma oportunidade para investimento.
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