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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Alison: ‘Se pudesse, emprestaria três anos da minha vida para o Emanuel’

 Alison decidiu ir para o vôlei de praia inspirado pela conquista da medalha de ouro nas Olimpíadas de Atenas, em 2004. O jovem atleta não podia imaginar o que viria pela frente. Em 2010, fã e ídolo se transformaram em parceiros, quando o já veterano Emanuel se separou de Ricardo. Hoje, um campeonato mundial e uma prata olímpica depois, o entrosamento entre o capixaba, de 26 anos, e o paranaense, de 39, ultrapassou as linhas da quadra.
 Alison e Emanuel medalha de prata vôlei de praia olimpíadas 2012 (Foto: Reuters)
- Esse cara confiou em mim três anos atrás. Eu devo muito ao Emanuel por tudo que ele vem me dando todos os dias como parceiro, como amigo, como irmão. Se eu pudesse emprestar três anos de vida para ele, eu emprestaria para mais um ciclo no Rio de Janeiro, mas isso cabe a ele a decidir - afirmou Alison.
Para chegar aos Jogos Olímpicos de Londres, a dupla teve três anos de preparação. Emanuel já garantiu que joga até 2013, mas disse não saber se o corpo aguenta mais três, até as Olimpíadas do Rio.
- Ele acabou de provar que o ciclo olímpico são três anos, não quatro. No ano que vem eu continuo com ele, competitivo, e vou com ele até 2016 se ele quiser. Ele tem três medalhas olímpicas, disputou cinco Olimpíadas. Merece o respeito de todo mundo. É uma lenda. É único. É um exemplo. Se todos os atletas de qualquer modalidade pudessem se espelhar no Emanuel, nós teríamos grandes medalhistas porque ele é um atleta dentro e fora de quadra - derreteu-se o parceiro.
 Os brasileiros perderam a final, nesta quinta-feira, para os alemães Brink e Reckermann, por 2 sets a 1. Enquanto Alison subiu ao pódio olímpico pela primeira vez, Emanuel coleciona medalhas. Tem uma de cada cor: ouro em Atenas-2004, bronze em Pequim-2008 e agora a prata em Londres-2012. Esteve em quadra desde que o vôlei de praia passou a fazer parte dos Jogos, em Atlanta, em 1996. São cinco participações olímpicas. Para a sexta, não faltam vontade e apoio.
- Aos 39 anos, ele acabou de provar que aguenta. Quando ele e o Ricardo se separaram, todos falaram que não dava mais. E os dois estão aí. Eu acho que ele gosta disso. Se a imprensa começar a falar que ele não aguenta, ele vai fazer de tudo para provar o contrário - arriscou o “Mamute”, como é conhecido por causa do porte físico de 2,03 m e 110 kg.
Extremamente decepcionado quando o juiz deu bola fora no último ponto da partida contra os alemães, Alison se recuperou rápido e fez questão de dividir o orgulho.
- É uma pena. No vôlei, não há empate. Ou você ganha ou você perde. Eu estou muito feliz de estar conquistando essa medalha ao lado de um cara com quem eu sempre sonhei jogar. Se eu pudesse dividir para 190 milhões de pessoas um pedacinho dessa medalha, eu dividiria.

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