Falta de capricho, de empenho, desleixo, morosidade, lentidão e moleza.
Adjetivos que, juntos, geram um dos principais pecados capitais que
alguém pode cometer: a preguiça. Aos olhos da torcida do Sport, esse foi
um dos fatores fundamentais para que o clube caísse para a Série B. As
queixas não foram direcionadas aos jogadores, que demonstraram garra em
campo na reta final, mas aos dirigentes que, por conta da disputa do
Campeonato Pernambucano, demoraram a formular o elenco para a mais
difícil competição do futebol nacional.
Nas primeiras negociações, tudo levava a crer que o clube conseguiria
uma reformulação do elenco rapidamente. Antes mesmo do término do
Estadual, o atacante Felipe Azevedo, o lateral-esquerdo Reinaldo e o
zagueiro Diego Ivo (que acabaram a temporada como titulares), já tinham
sido contratados. Porém, após isso, a agilidade “abandonou” a Ilha do
Retiro.
A falta de dinâmica na abertura do mercado, fez com que boa parte do
elenco fosse montado no decorrer da competição. Dos 12 contratados, três
chegaram ao clube só em junho, quatro em julho e dois - Diogo e Lenon,
que nem estrearam pelo clube, em setembro.
Situação que foi criticada até mesmo pelo meio-campo Hugo, que destacou
a lentidão para formar a equipe como um dos principais fatores que
levaram o clube ao rebaixamento.
- Cada um tem um pouco de culpa pelo que aconteceu no Sport. Até em
relação à montagem do grupo. Algumas peças só chegaram depois do
campeonato ter começado. Eu mesmo só tive condições de jogar depois e
Mancini teve problemas.
Sem nomes no mercado nacional, o jeito foi investir em atletas que
estavam “esquecidos” em países sem muita tradição no futebol ou não
viviam um bom momento em seus clubes.
Neste sentido, chegaram Cicinho, Henrique, Hugo, Gilsinho, Felipe
Menezes e Gilberto. Um grupo que, no papel, formaria um bom time. Porém,
a falta de ritmo de jogo fez o clube sofrer durante praticamente toda a
competição. Ao todo, foram 21 rodadas na zona de rebaixamento.
A lentidão na formação do elenco prejudicou o trabalho do técnico
Vágner Mancini, que em 15 jogos à frente do Leão, conseguiu apenas três
vitórias. Porém, a estadia do treinador também evidenciou a falta de
rapidez nas decisões do clube.
Nos últimos sete jogos de sua passagem pelo Rubro-negro, o
ex-comandante leonino só conseguiu somar apenas dois pontos contra
adversários que também lutava contra o rebaixamento, Atlético-GO e Ponte
Preta. Contudo, apesar da má campanha, a cúpula do futebol preferiu
deixar para a última rodada do primeiro turno a decisão de tirá-lo do
comando do time.
Com pouco tempo para encontrar um substituto, os dirigentes tentaram
acelerar a contratação de um novo treinador. O escolhido para tirar o
Sport foi o técnico Waldemar Lemos. Assim que chegou, o novo comandante
afirmou que esperava contar com alguns reforços. Mas só recebeu Lenon e
Diogo, contratado no último dia da janela de transferências.
Sem conseguir melhorar o rendimento da equipe, Waldemar lemos acabou
sendo demitido após dez jogos, onde o treinador só conquistou apenas
três vitórias.
O prejuízo causado pela demora ficou evidente após a chegada de Sérgio
Guedes, que conseguiu fazer com que a equipe começasse a jogar um bom
futebol. O entrosamento tardio levou o clube a ter esperanças em deixar a
zona de rebaixamento, mas a arrancada foi insuficiente para livrar o
clube da degola.
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