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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Daiane se despede sem medalha olímpica, mas com cabeça erguida

Daiane dos Santos na ginástica em Londres (Foto: AFP) 
Para ela, a vida (re) começa aos trinta. Aos 29 anos, Daiane dos Santos tem uma certeza: só vai competir até o fim do ano, porque está no contrato com o clube Pinheiros. Já as dúvidas são muitas. A ginasta ainda não sabe o que virá pela frente a partir de 2013. Depois de anos encantando o mundo com suas piruetas, será hora de a “brasileirinha” cravar o pé bem no chão e engatinhar numa nova carreira.
- Vou ter que descobrir o que eu faço além da ginástica. No ano que vem, estou desempregada - brincou a ginasta ao dar adeus às últimas Olimpíadas da carreira.
Para Sidney-2000, Daiane viajou como reserva. Competiu em três Jogos: Atenas-2004, Pequim-2008 e Londres-2012. Neste domingo, a ginasta que se consagrou ao ritmo do chorinho arrancou muitos aplausos na Arena de North Greenwich, com uma apresentação embalada por um samba com batidas eletrônicas. No fim da exibição, satisfeita, ela até deu uma sambadinha para comemorar, mas não havia feito o suficiente para ser uma das oito finalistas do solo. Ficou em 17° lugar. Por equipes, o Brasil também não conseguiu se classificar para as finais, encerrando na 12ª posição.
- Ter começado a competição no primeiro grupo não foi bom para a gente. As notas são sempre mais baixas - afirmou.
 Daiane dos Santos na ginástica em Londres (Foto: Reuters)
Daiane acha que os juízes começaram rigorosos demais e que merecia uma pontuação mais elevada, mas não quer remoer a história. Nada de chororô. Leve, mesmo sem ter conquistado a sonhada medalha olímpica, ela insiste que encerra o ciclo de cabeça erguida, com a sensação de dever cumprido.
- O que eu queria era fazer o meu máximo e eu fiz o meu máximo. Nem saí do solo... - ironizou, numa referência ao desempenho dela nas Olimpíadas de Atenas e de Pequim, quando pisou fora do tablado e perdeu a chance de conquistar a medalha inédita.
Em um passeio pelos arredores da Vila Olímpica, Daiane é parada diversas vezes. Muitos pedem para tirar fotos. Quase 10 anos depois de ter se tornado a primeira brasileira campeã mundial de ginástica, ela segue ouvindo referências ao “Brasileirinho” - a coreografia com a qual encantou o público e inspirou uma geração.
 - O brasileiro aprendeu que não tem só futebol no Brasil. Tem vôlei, natação, e a ginástica também está ganhando o seu espaço - disse talvez a principal responsável por isso.
Daiane não mudou o esporte apenas dentro do país. Escreveu seu nome também na história da ginástica mundial ao criar dois movimentos que foram batizados em sua homenagem: “dos Santos I” (o duplo twist carpado) e “dos Santos II” (o duplo twist esticado). Agora, é hora de se despedir. Sabe que vai deixar saudades, mas garante: repensar a aposentadoria é algo fora de cogitação.
- 2016? Sem chance. Esquece. Em 2016, eu quero estar com as meninas de outra forma. Só não sei ainda como - afirmou Daiane, lembrando que é formada em Educação Física

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