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terça-feira, 15 de maio de 2012

Durval, colecionador de estaduais.



 

Para ser sincero, Severino dos Ramos Durval da Silva nem se lembra muito bem da conquista do Campeonato Paraibano de 2003. Também pudera: naquele ano, o hoje zagueiro do Santos ganhou o primeiro de uma série de dez títulos estaduais consecutivos no Brasil. Marca que impressiona e realmente pode confundir de qualquer jogador. São muitas decisões, taças e pôsteres para se guardar detalhes.
"Daquele título só me lembro que fui campeão”, afirma ao FIFA.com o defensor de 31 anos. “Naquele momento a gente tinha o melhor time da Paraíba, era um grupo totalmente diferenciado das equipes locais. Naquela eventualidade, não lembro nem o adversário. Fizemos um belo campeonato."
Nós ajudamos, então: no dia 10 de agosto de 2003, o Botafogo paraibano concluía em João Pessoa uma sequência de quatro jogos – dois pelas finais do segundo turno e dois pelas finais para valer do campeonato – em menos de 12 dias contra o Atlético Cajazeirense, vencendo esse duelo derradeiro por 2 a 1, depois de um triunfo por 1 a 0 fora. Foi assim que ele começou sua coleção: a partir dali, Durval ganharia todos os campeonatos estaduais que participou.
“Não dava para esperar isso, para falar a verdade. Você quer ser campeão, mas seguido assim, não imaginava”, comenta o paraibano de Cruz do Espírito Santo. “Mesmo que imaginasse, talvez não desse certo. Mas ainda bem que as coisas foram acontecendo naturalmente.”
Haja faixa
Em 2004, já deslocado para o Distrito Federal, ele triunfou pelo Brasiliense, mas estava fora da final contra o Gama. Em 2005, desceu ainda mais no país e faturou pelo Atlético Paranaense em disputa emocionante contra o Coritiba, vencida na Arena por 4 a 2 nos pênaltis, num elenco que contava com o zagueiro panamenho Felipe Baloy e um então jovem meio-campista Fernandinho.
Depois, regressou ao seu estado natal e, de 2006 a 2009, foi tetracampeão pernambucano pelo Sport – pelo qual também venceu a Copa do Brasil em 2008. Tudo isso até desembarcar na Vila Belmiro para viver um novo período hegemônico e se sagrar tricampeão paulista no domingo passado com a segunda vitória do Santos em dois jogos contra o Guarani, acrescentando a um currículo que já contava com uma nova Copa do Brasil (2010) e uma Copa Libertadores da América (2011).
Pensando brevemente sobre todos esses elencos campeões, Durval não consegue apontar um só ponto comum que possa uni-los. "Cada um tem o seu jeito, sua maneira de vencer", diz o zagueiro alto, forte, firme nos desarmes e no jogo aéreo e que dificilmente vai brincar em serviço.
Depois, ele pondera que teve “sorte e competência por ter jogado em clubes que sempre se sagraram campeões”. “A gente tem um pouco de tudo: qualidade, competência, ajuda dos companheiros. Sem trabalho, treinamento, dedicação, as coisas não fluem. Sempre tenho isso em mente. É ter tranqüilidade para procurar fazer o melhor e ajudar o grupo que estou defendendo para conquistar vitórias e títulos. Hoje estou sendo feliz aqui no Santos e espero não parar por aí."
Não vai ser, então, a conquista de um décimo campeonato estadual que vai fazer Durval tirar o pé numa dividida e se dar por satisfeito. O que ele deixa claro ao responder ao FIFA.com se poderia eleger um entre seus dez troféus como o mais importante de sua carreira. Não foi aquele Paraibano de 2003, o primeiro da série, não foi o Pernambucano de 2006, em seu estado, ou o primeiro pelo Santos em 2010, num ano formidável ao lado dos garotos Neymar e Paulo Henrique Ganso.
“O próximo título é sempre o mais especial”, afirma. “Mas vocês podem me perguntar: por que o próximo? Cada título é especial e vai continuar sendo, mas o próximo eu ainda não conquistei."

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