É inevitável. Falar de Real Madrid e Barcelona é, já há algum tempo, repetir à exaustão os nomes de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi.
Para ainda reforçar a condição de incontestáveis no momento, basta
lembrar que, às vésperas do primeiro superclássico de 2013, os craques
de Portugal e Argentina roubaram as manchetes do planeta bola com sete
gols num só domingo. Os números refletem diretamente as ambições de
merengues e catalães, que iniciam a semifinal da Copa do Rei, nesta
quarta-feira, às 18h (de Brasília), no Santiago Bernabéu - Atlético de
Madri e Sevilla decidem a outra vaga.
Para o Barcelona, o visitante, é a chance de manter viva a chance de
uma tríplice coroa na temporada, já que tem a conquista do Campeonato
Espanhol encaminhada e está nas oitavas de final da Liga dos Campeões -
enfrentará o Milan. Além disso, a oportunidade de potencializar a crise
do rival antes de uma sequência com o duelo diante do Manchester United
na mesma Champions é quase um sonho para a torcida.
Além disso, o Barça pode, se vencer, chegar aos 88 triunfos no
clássico, igualando-se ao Real Madrid. Em 222 jogos oficiais entre as
duas equipes, o time da capital soma uma vitória a mais, num histórico
que conta ainda com 47 empates.
Lionel Messi, dono de estilo nada provocativo, muito provavelmente não
pensa da mesma maneira, mas sabe que os seus gols deverão influenciar
diretamente no ambiente merengue. E o argentino ainda pode entrar
definitivamente na história do clássico caso marque ao menos uma vez:
com 17 gols ele está muito próximo de igualar o compatriota Alfredo Di
Stéfano, que anotou 18 gols contra o Barcelona em toda sua trajetória no
Real. E se chegar a um hat-trick, ele alcançará a marca de 300 tentos
em partidas oficiais pelo Barcelona.
- Acho que a cada ano ele está se superando, e neste ano não é
diferente. É algo natural para ele, não que ele pense em fazer isso.
Messi joga para o grupo, é o jogador mais completo da atualidade. Quando
está 0 a 0 e precisamos ele aparece e faz a diferença. Foi mais do que
justo ele ganhar a quarta Bola de Ouro - disse o lateral brasileiro
Adriano, companheiro do argentino.
'Ronaldodependência' chega a 60%
Cristiano Ronaldo, por sua vez, tem "menos tempo de casa", digamos. O
seu primeiro superclássico aconteceu apenas em novembro de 2009, com
derrota por 1 a 0 para o time de, à época, Zlatan Ibrahimovic (Messi já
havia entrado em campo seis vezes contra o arquirrival). Depois de
passar em branco por mais duas oportunidades, o luso embalou, decidiu
até título (Copa do Rei) e chegou a esta quarta-feira com bom
retrospecto individual diante do Barça: 10 gols em 16 jogos - oito nos
últimos seis encontros, com média melhor que a do hermano no período
(quatro gols).
Se amplificadas as estatísticas para as equipes, é notória a existência
de uma "Ronaldodependência". Em 2013, Cristiano marcou dez dos 20 gols
do Real Madrid, incluindo os três sobre o Getafe, no último domingo.
Somando as duas assistências, o seu percentual de participação direta em
tentos do time de José Mourinho chega aos 60%. Messi, com nove gols e
duas assistências entre os 25 do Barça, apresenta 44%.
- Será uma partida muito importante, um duelo complicado. Vamos
enfrentar uma das equipes mais fortes do mundo, será uma grande noite.
Jogamos em casa, por isso temos grandes chances de ganhar. Temos que
jogar bem porque sabemos que Barça tem um time fantástico - afirmou
Cristiano, que verá um Santiago Bernabéu lotado: de acordo com a
imprensa espanhola, todos os 80 mil ingressos foram vendidos.
Real com desfalques
Como estão entre os maiores da Europa, é claro que tanto Real Madrid
quanto Barcelona possuem um elenco de extrema qualidade. Ambos vêm
embalados por recentes resultados, mas é o time de Tito Vilanova e Jordi
Roura (o assistente comandará a equipe em virtude da ausência do técnico que está nos EUA fazendo tratamento contra câncer)
quem tem mais motivos para comemorar ao menos no pré-jogo. Fora a
liderança no Espanhol com 11 pontos de vantagem para o segundo colocado
(Atlético de Madri), todos os principais jogadores estão à disposição.
Não é o caso do Real Madrid. O argentino Angel Di Maria e o português
Fábio Coentrão, ambos suspensos, e o brasileiro naturalizado português
Pepe, lesionado, estão fora. Além disso, o goleiro Iker Casillas foi
operado e será ausência pelos próximos três meses. Em seu lugar pode
estar a novidade do dia: a estreia de Diego López, recém contratado
junto ao Sevilla. Kaká, que não vem sendo aproveitado por Mourinho, foi
relacionado para o confronto, mas ainda não é certo que ele fique no
banco de reservas.
Apesar dos desfalques, o Real já mostrou que tem condições de incomodar
o Barça. No início da temporada, levou a melhor na Supercopa da
Espanha, também disputada um duplo confronto. No dia 7 de outubro, o
time comandado pelo técnico José Mourinho empatou por 2 a 2 no Camp Nou,
na única vez em que o clube catalão não venceu no primeiro turno do
atual campeonato.
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