Exterminador de recordes em 2012, Lionel Messi
não precisou mesmo do sucesso coletivo para levar mais um prêmio para
casa. E que prêmio! Vestindo um smoking no mínimo diferente com bolinhas
brancas na festa de gala da Fifa, no Teatro Kongresshaus, em Zurique,
cidade-sede da entidade, na Suíça, o craque argentino foi eleito nesta
segunda-feira o melhor jogador do mundo pela quarta vez consecutiva,
superando Cristiano Ronaldo, do arquirrival Real Madrid (segundo) , e Andrés Iniesta, companheiro seu no Barcelona (terceiro).
- A verdade é incrível poder receber esse prêmio. Realmente dessa vez
eu quero compartilhar isso com os meus companheiros de Barcelona,
principalmente Andrés. É um orgulho estar ao seu lado e poder jogar todo
o dia com você, os meus companheiros de seleção argentina, as pessoas
que votaram por mim, capitães de seleção, técnicos, todos aqueles... Eu
estou nervoso. Quero agradecer à minha família, alguns amigos, e
finalmente muito especialmente à minha esposa e ao meu filho, que é a
coisa mais linda que Deus me deu - disse o astro, lembrando o nascimento
de Thiago Messi no início de novembro.
Numa votação com treinadores e capitães das 209 seleções filiadas à
Fifa, além de outros 49 jornalistas escolhidos pela revista francesa
"France Football", o camisa 10 do Barça recebeu 41,6% dos votos, contra
23,68% de Cristiano Ronaldo e 10,91% de Iniesta. A Bola de Ouro veio das
mãos de Fabio Cannavaro (vencedor em 2006) e o colocou num novo
patamar, certamente aguçando a discussão sobre quem é o maior atleta da
história. Messi é agora o único do planeta a ter faturado quatro Bolas
de Ouro (apenas em 2009 a premiação da entidade e da revista não eram
alinhadas).
Quem mais chegou perto do feito do argentino foi um francês. Michel
Platini, atual presidente da Uefa, conquistou a Bola de Ouro da "France
Football" três vezes em sequência (1983, 1984 e 1985), quando defendia o
Juventus, da Itália, além de sua seleção. O brasileiro Ronaldo, o
francês Zinedine Zidane, e os holandeses Johan Cruyff e Marco van Basten
também foram eleitos os melhores do mundo em três oportunidades, seja
pela entidade (desde 1991) ou pela renomada revista francesa (desde
1956).
Dani Alves e Marcelo na seleção do ano; Neymar perde bi do Prêmio Puskas
Mero espectador no ápice da festa, o Brasil foi homenageado logo na
abertura. O ex-atacante Ronaldo Fenômeno subiu ao palco e, ao lado do
secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, agradeceu à entidade por
acelerar o desenvolvimento das obras de infraestrutura no país,
principalmente nos aeroportos. Ambos receberam a companhia de Fuleco, o
tatu-bola mascote da Copa do Mundo de 2014 que leva o nome por ser uma
mistura de futebol com ecologia.
Brasileiros também foram premiados. Na seleção do ano (a FifPro World
XI), o lateral-direito Daniel Alves e o lateral-esquerdo Marcelo
figuraram numa equipe apenas com jogadores do Campeonato Espanhol - o
atacante Falcao García, do Atlético de Madri, foi o "intruso" em meio às
estrelas de Barcelona e Real Madrid. David Luiz, do Chelsea, Thiago
Silva, do Paris Saint-Germain, e Neymar, do Santos, ficaram fora.
O craque santista, por sinal, também não levou o Prêmio Puskas pela
segunda vez consecutiva. Vencedor em 2011 com o golaço marcado diante do
Flamengo, Neymar viu o eslovaco Miroslav Stoch, do Fenerbahçe, receber a
honraria após eleição com mais de cinco milhões de votos na internet.
Falcao García, outro concorrente, também foi superado (veja ao lado).
Entre os técnicos, valeu o título de maior expressão. Campeão com a
Espanha na Eurocopa da Polônia e Ucrânia, Vicente del Bosque superou
José Mourinho, do Real Madrid, e Josep Guardiola, ex-Barcelona. No
feminino, a sueca Pia Sundhage, medalhista de ouro nas Olimpíadas de
Londres com os Estados Unidos, foi a vencedora contra Norio Sasaki, do
Japão, e Bruno Bini, da França. Entre as jogadoras, Marta ficou em
segundo contra as americanas Abby Wambach (1ª) e Alex Morgan (3º).
A Fifa também nomeou a Federação Uzbeque de Futebol com o prêmio Fair
Play. Os clubes e seleções do Uzbequistão obtiveram o maior número de
pontos de fair play concedidos pela Confederação Asiática de Futebol em
2012. Os pontos são atribuídos ou deduzidos dependendo dos cartões
amarelos e vermelhos recebidos, de desempenhos afirmativos, do respeito
para com os adversários e o árbitro e da conduta da comissão técnica e
dos torcedores. Já o ex-jogador alemão Franz Beckenbauer, que foi
campeão do mundo de 1974, levou o Prêmio Presidencial, concedido a uma
pessoa ou instituição que tenha dado uma contribuição superlativa ao
futebol.
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