As explosões na Maratona de Boston
estão longe de ser o primeiro atentado em eventos esportivos. Motivados
por questões políticas, religiosas e diplomáticas, os ataques em
competições com grande aglomeração de pessoas vêm acontecendo desde o
início do século XX. Excluindo o episódio desta segunda-feira, foram listados os 10 piores atentados já ocorridos em competições esportivas.
Principal evento de esportes do planeta, os Jogos Olímpicos de Verão já
viveram os seus dias de terror. O episódio aconteceu nas Olimpíadas de
Munique-1972, quando 11 membros da equipe olímpica de Israel foram
tomados de reféns pelo grupo terrorista palestino denominado Setembro
Negro. Após trocarem tiros por 45 minutos com a polícia, os extremistas
fuzilaram os atletas israelenses que estavam amarrados uns aos outros
dentro de dois helicópteros. Nenhum competidor sobreviveu. Por conta do
episódio, o governo alemão lançou sua agência antiterrorismo, o GSG 9. A
unidade transformou-se em referência mundial no combate ao terrorismo.
Nos Jogos de Atlanta, em 1996, o terrorismo também se fez presente. Na
noite de 27 de julho daquele ano, no Parque do Centenário, duas pessoas
morreram e 111 pessoas ficaram feridas após a explosão de uma bomba
colocada próxima a uma torre de som - no local havia um show musical
para celebrar as Olimpíadas. Três horas após a explosão, o Comitê
Olímpico Internacional reagiu através de seu vice-presidente, o príncipe
Alexandre de Merode, que garantiu a continuidade dos Jogos. No dia
seguinte, as competições se realizaram normalmente, após um minuto de
silêncio em cada uma das instalações. Em 2003, a polícia americana
prendeu Eric Robert Rudolph, de 36 anos, acusado de ser o autor do
atentado.
O futebol também já viveu o seu dia de pesadelo devido ao terrorismo. Em 8 de janeiro de 2010, a seleção de Togo foi atacada por homens armados
quando viajava de ônibus rumo a Angola, para a disputa da Copa Africana
de Nações. O veículo foi metralhado após ter atravessado a fronteira da
República da Congo, e os atletas ficaram sob fogo por cerca de 30
minutos. O motorista, o assessor de imprensa e um auxiliar-técnico
morreram no local, Os jogadores Serge Akakpo e Kodjovi Obilale ficaram
gravemente feridos. A autoria do atentado foi assumida pelo grupo
separatista angolano Frente para a Libertação do Enclave de Cabinda. A
seleção de Togo acabou abandonando a competição.
Um ano antes, a vítima do terrorismo foi a seleção de críquete do Sri
Lanka. A equipe se preparava para enfrentar o Paquistão, na cidade
paquistanesa de Laore, quando o ônibus do grupo foi atacado por
terroristas munidos de foguetes e granadas. Os ataques resultaram em oito mortos e seis feridos.
Ainda no Paquistão, a seleção de críquete da Nova Zelândia também
sofreu nas mãos dos terroristas. Em 2002, um atentado a bomba suicida em
frente ao hotel onde estava a equipe, na cidade de de Karachi, deixou
ferido o fisioterapeuta da delegação neozelandesa. Outras 13 pessoas
morreram na explosão.
O próprio Sri Lanka também já sofreu com o terrorismo em seu
território. Em 2008, um terrorista suicida detonou um dispositivo no
início de uma maratona que celebrava a chegada do ano novo, matando
dezenas de pessoas e ferindo quase 100. Estavam entre as vítimas o
ex-maratonista KA Karunaratne e o técnico de atletismo Lakshman de
Alwis.
Uma das competições mais tradicionais do automobilismo mundial, o Rali
Dacar foi outro evento esportivo a sofrer com terrorismo. Por conta de
ameaças do grupo terrorista Al Qaeda, a edição 2008 da competição teve
de ser cancelada. No ano seguinte, a organização da prova transferiu o
evento para a América do Sul.
Considerada a corrida de cavalos mais importante do Reino Unido, a
Grand National também teve de ser cancelada em 1997 por motivos de
segurança, depois de duas ameaças de bomba codificadas em mensagens
enviadas pelo Exército Republicano Irlandês. O evento contava com a
presença de 60 mil pessoas, que tiveram de deixar o local sob muita
tensão.
As Olimpíadas de Pequim-2008 transcorreram normalmente, mas o
terrorismo deu as caras antes dos Jogos. A cinco dias do início das
competições, houve um ataque de separatistas muçulmanos na cidade de
Kashgar, na região chinesa de Xinjiang. O episódio deixou 16 policiais
mortos e um número igual gravemente ferido.
Em 2002, foi a vez do grupo separatista espanhol ETA aproveitar um
evento esportivo para promover um de seus ataques. O episódio ocorreu
antes de um Real Madrid x Barcelona, no Santiago Bernabeu, em Madri.
Revoltados com a prisão de 11 de seus integrantes, os radicais colocaram
um carro-bomba próximo ao estádio. Apesar da explosão, não houve
feridos.
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