Alison decidiu ir para o vôlei de praia inspirado pela conquista da
medalha de ouro nas Olimpíadas de Atenas, em 2004. O jovem atleta não
podia imaginar o que viria pela frente. Em 2010, fã e ídolo se
transformaram em parceiros, quando o já veterano Emanuel se separou de
Ricardo. Hoje, um campeonato mundial e uma prata olímpica depois, o entrosamento entre o capixaba, de 26 anos, e o paranaense, de 39, ultrapassou as linhas da quadra.
- Esse cara confiou em mim três anos atrás. Eu devo muito ao Emanuel
por tudo que ele vem me dando todos os dias como parceiro, como amigo,
como irmão. Se eu pudesse emprestar três anos de vida para ele, eu
emprestaria para mais um ciclo no Rio de Janeiro, mas isso cabe a ele a
decidir - afirmou Alison.
Para chegar aos Jogos Olímpicos de Londres, a dupla teve três anos de
preparação. Emanuel já garantiu que joga até 2013, mas disse não saber
se o corpo aguenta mais três, até as Olimpíadas do Rio.
- Ele acabou de provar que o ciclo olímpico são três anos, não quatro.
No ano que vem eu continuo com ele, competitivo, e vou com ele até 2016
se ele quiser. Ele tem três medalhas olímpicas, disputou cinco
Olimpíadas. Merece o respeito de todo mundo. É uma lenda. É único. É um
exemplo. Se todos os atletas de qualquer modalidade pudessem se espelhar
no Emanuel, nós teríamos grandes medalhistas porque ele é um atleta
dentro e fora de quadra - derreteu-se o parceiro.
Os brasileiros perderam a final, nesta quinta-feira, para os alemães
Brink e Reckermann, por 2 sets a 1. Enquanto Alison subiu ao pódio
olímpico pela primeira vez, Emanuel coleciona medalhas. Tem uma de cada
cor: ouro em Atenas-2004, bronze em Pequim-2008 e agora a prata em
Londres-2012. Esteve em quadra desde que o vôlei de praia passou a fazer
parte dos Jogos, em Atlanta, em 1996. São cinco participações
olímpicas. Para a sexta, não faltam vontade e apoio.
- Aos 39 anos, ele acabou de provar que aguenta. Quando ele e o Ricardo
se separaram, todos falaram que não dava mais. E os dois estão aí. Eu
acho que ele gosta disso. Se a imprensa começar a falar que ele não
aguenta, ele vai fazer de tudo para provar o contrário - arriscou o
“Mamute”, como é conhecido por causa do porte físico de 2,03 m e 110 kg.
Extremamente decepcionado quando o juiz deu bola fora no último ponto
da partida contra os alemães, Alison se recuperou rápido e fez questão
de dividir o orgulho.
- É uma pena. No vôlei, não há empate. Ou você ganha ou você perde. Eu
estou muito feliz de estar conquistando essa medalha ao lado de um cara
com quem eu sempre sonhei jogar. Se eu pudesse dividir para 190 milhões
de pessoas um pedacinho dessa medalha, eu dividiria.
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