No primeiro grande teste de Tito Vilanova no comando do Barcelona, o
time passou, mas com algumas ressalvas. O placar apertado de 3 a 2
mostra que os novos culés têm algumas diferenças e deficiências em
relação àquela equipe que fez História sob a batuta de Pep Guardiola.
A
pior delas foi de Victor Valdés. Quando o jogo estava 3 a 1 para o time
da casa, o goleiro permitiu que Di María lhe roubasse a bola na pequena
área e marcasse o segundo gol dos visitantes, que voltaram à disputa.
Mesmo
com as falhas do Barça, o Real Madrid, que abriu o placar mas sofreu a
virada após se sacrificar muito no segundo tempo, terá que vencer por
dois gols de diferença no jogo de volta para conseguir o título da
Supercopa.
O jogo de volta será disputado no Santiago Bernabéu, casa merengue, no próximo dia 27 de agosto.
PRIMEIRA ETAPA
O
primeiro clássico diante do arquirrival Real Madrid mostrou que o Barça
terá poucas diferenças em relação à época de Guardiola. Afinal, o time
ainda mantém a posse de bola, segue marcando sob pressão e também
continua tendo no talento dos meias Xavi e Iniesta seu grande trunfo
para liberar os atacantes.
A grande diferença, no entanto, está na
paciência do time. Ou melhor, na falta de paciência. O Barcelona de
Vilanova é urgente, troca passes com mais rapidez e busca as brechas de
forma mais agressiva. Essa é uma via de duas mãos. Enquanto o Real
esteve perdido em alguns momentos, tentando lidar com um rival mais
rápido e impaciente, os Merengues também conseguiram algumas
oportunidades
Os erros de passes, tão incomuns no "antigo
Barça", apareceram aos montes no primeiro tempo. Um deles permitiu que
Benzema avançasse pela direita e quase marcasse o primeiro gol. Antes,
Messi também perdeu duas boas chances de vazar Casillas.
Apesar da
grande chance merengue ser pelo lado direito, os visitantes investiram
mais pela esquerda. Afinal, era ali que estava o grande craque do time,
Cristiano Ronaldo.
Ao contrário do rival Messi, o luso pouco
apareceu e parecia acometido com a "síndrome de Ronaldinho" e fincou
bandeira do lado esquerdo, só chegando com perigo em uma jogada
individual, quando entortou Daniel Alves, mas cruzou errado.
SEGUNDO TEMPO
A
segunda etapa veio com a confirmação de mais uma diferença entre os
dois treinadores. Se sob a batuta de Guardiola, o volante Busquets
ficava mais preso à marcação, com Vilanova, o espanhol tem mais
liberdade para chegar ao ataque como uma espécie de elemento surpresa.
Em
uma de suas chegadas, Busquets foi violentamente parado por Raúl
Albiol, substituto de Pepe, que se machucou contra o Valencia na estreia
do Campeonato Espanhol. A falta parece ter desencadeado uma série de
eventos que fez o jogo pegar fogo.
Pouco depois, CR7 mostrou
que não é preciso sair da esquerda para brilhar. O luso fez linda jogada
por ali, inverteu para Callejón, que conseguiu um escanteio.
Özil
cobrou na cabeça de Ronaldo, que mostrou de forma flagrante uma das
poucas vantagens que tem sobre Messi, fazendo um cabeceio perfeito e
abrindo o placar. Foi o quarto clássico seguido que CR7 deixou sua
marca.
Dois minutos depois, Mascherano, que parece ter virado
mesmo zagueiro, lançou Pedro. O atacante, em posição duvidosa, empatou,
tirando o gostinho da vantagem da boca do rival.
Logo em seguida,
Ronaldo avançou novamente pela esquerda e cruzou na direção de Özil,
buscando a retribuição. O alemão ia deixando a bola para Benzema, mas a
zaga do Barça impediu que a bola chegasse ao atacante francês.
Sentindo
o bom momento, o Real passou a usar uma das grandes armas do Barça
contra ele mesmo - a marcação sob pressão. O adiantamento dos marcadores
permitiu que os visitantes tivessem boas chances, principalmente com
Higuaín, que recebeu belo lançamento de Özil, tirou Adriano, mas foi
travado.
Aos poucos, porém, o Barça foi percebendo o cansaço do
rival e voltou a ter o controle do jogo. Iniesta avançou pela área na
direita, tirou Ramos, que deixou a perna. Pênalti claro muito bem batido
por Lionel Messi, que virou o jogo e marcou seu 14º gol em clássicos
contra o Real Madrid, igualando o ídolo César Rodríguez.
Valentes,
os visitantes seguiram pressionando os anfitriões e o jogo se manteve
em bom ritmo. O cansaço do Real, porém, permitiu que o time abrisse sua
defesa e permitido o belo gol de Xavi, após linda jogada de Iniesta.
O
Real conseguiu salvar um pouco de sua dignidade graças a falha bisonha
de Valdés. O goleiro do Barça recebeu a bola tranquilamente, se enrolou
com a marcação de Di María e foi desarmado. Bastou ao argentino tocar
para a rede vazia.
Péssimo para o Barcelona e ótimo para o espetáculo e para o Real Madrid. O jogo de volta promete ainda mais emoção.
FICHA TÉCNICA
BARCELONA 3x2 REAL MADRID
BARCELONA 3x2 REAL MADRID
Local: Camp Nou, Barcelona (ESP)
Data-Hora: 23/08/2012 - 17h30 (de Brasília)
Árbitro: Carlos Clos Gómez (ESP)
Cartões amarelos: Xabi Alonso, Arbeloa, Albiol (RMA)
Cartões vermelhos:
Gols: Ronaldo (9' do 2º tempo), Pedro (11' do 2º tempo), Messi (24' do 2º tempo), Xavi (32' do 2º tempo), Di María (39' do 2º tempo)
Data-Hora: 23/08/2012 - 17h30 (de Brasília)
Árbitro: Carlos Clos Gómez (ESP)
Cartões amarelos: Xabi Alonso, Arbeloa, Albiol (RMA)
Cartões vermelhos:
Gols: Ronaldo (9' do 2º tempo), Pedro (11' do 2º tempo), Messi (24' do 2º tempo), Xavi (32' do 2º tempo), Di María (39' do 2º tempo)
BARCELONA: Valdés,
Dani Alves, Piqué, Mascherano e Adriano; Busquets, Xavi (Fàbregas - 37'
do 2º tempo) e Iniesta; Pedro (Jordi Alba - 41' do 2º tempo), Alexis
(Tello - 26' do 2º tempo) e Messi Técnico: Tito Vilanova
REAL MADRID:
Casillas, Arbeloa, Sergio Ramos, Albiol e Coentrão; Xabi Alonso,
Khedira, Özil (Marcelo - 36' do 2º tempo) e Callejón (Di María - 21' do
2º tempo); Ronaldo e Benzema (Higuaín - 15' do 2º tempo) Técnico: José Mourinho
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