Os Estados Unidos provaram nesta quinta-feira que, pelo menos quando
são as mulheres em campo, eles são o país do futebol. Em um Wembley
abarrotado com mais de 83 mil pagantes e quase 90 mil presentes, as
americanas venceram o Japão por 2 a 1 e conquistaram sua quarta medalha
de ouro olímpica – a terceira seguida.
Na revanche contra o Japão, que venceu os EUA na final da Copa do Mundo
no ano passado, as musas Hope Solo e Alex Morgan foram muito bem, mas
quem brilhou foi a camisa 10 Lloyd. Com dois gols, ela comandou a
vitória americana em Wembley. Ogimi descontou para as japonesas.
O título olímpico talvez ajude a mudar o destino da categoria nos
EUA. O fim da liga profissional (WPS) em janeiro deste ano abalou o
futebol feminino no país. Marta, por exemplo, voltou para a Suécia. Na
seleção americana, só seguem empregadas as sete jogadoras de clubes que
passaram a disputar ligas semiprofissionais: Hope Solo, Alex Morgan,
Sydney Leroux e Megan Rapinoe (Seattle Sounders), Tobin Heath (New York
Fury), Becky Sauerbrunn (DC United) e Heather O'Reilly ( Boston
Breakers). A atacante Abby Wambach, eleita a terceira melhor do mundo em
2011, e a meia Lloyd, destaque da decisão olímpica, estão sem time, por
exemplo.
Gol-relâmpago
Com Wembley lotado e a medalha de ouro em jogo, a partida começou em um
ritmo alucinante. Mais agressivas, as americanas tomaram a iniciativa,
partiram para cima e foram recompensadas logo aos sete minutos. Após boa
jogada pela esquerda, Alex Morgan cruzou na medida e Lloyd cabeceou com
força: 1 a 0.
O gol americano, porém, não desanimou as japonesas, que passaram a ter o
controle do jogo. Sawa e Ogimi entraram em ação e, juntas, criaram as
melhores chances do Japão, mas esbarraram na “muralha” Hope Sole. Em
grande noite, a goleira-musa foi a principal responsável pelos EUA irem
para o intervalo com a vantagem no placar.
Musa salva
Primeiro, Sawa descolou lindo passe em profundidade para Kawasumi, que
bateu na saída de Solo. Rampone salvou quase em cima da linha. Na sobra,
Ogimi chutou à queima-roupa, mas Solo se jogou e fiz linda defesa.
Mal deu tempo de as americanas respirarem, e a dupla japonesa voltou a
aprontar. Desta vez, Sawa cruzou para Ogimi livre na área. A atacante
cabeceou forte, mas Solo se esticou toda e conseguiu espalmar. A bola
explodiu no travessão, e Ogimi chutou o rebote para fora. O Japão voltou
a esbarrar na trave logo em seguida. Aos 33, Miyama chutou de primeira
da entrada da área e carimbou o poste.
Apesar do claro domínio japonês, os EUA quase ampliaram, por acaso.
Após cruzamento, Iwashimizu tentou cortar de cabeça, mas mandou na
própria trave e, por pouco, não marcou contra.
Lloyd amplia, e Solo brilha
Um golpe rápido e preciso. Com a mesma estratégia da primeira etapa, os
EUA chegaram rapidamente ao gol no início do segundo tempo. Logo aos
oito, Lloyd arrancou um pouco depois do meio de campo, deixou para trás
duas japonesas e bateu da entrada da área: 2 a 0 e ouro bem encaminhado.
Se não se abateu com o primeiro gol americano, o Japão sentiu o golpe
no segundo. Visivelmente nervosas, as japonesas passaram a errar passes
fáceis, ao mesmo tempo em que ficaram bastante vulneráveis na defesa,
cedendo espaços para os contra-ataques americanos.
Um lance confuso, no entanto, deu novo ânimo às atuais campeãs
mundiais. Após bate-rebate na área, a bola sobrou limpa para Ogimi, que
mandou para o fundo da rede. O gol animou o Japão, mas não o suficiente
para superar Hope Solo. Naquele que pode ter sido o lance de ouro, a
goleira voou, a sete minutos do apito final, para defender um chute de
Tanaka e garantir seu terceiro título olímpico e o quarto dos EUA.
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